
Para
tentar esclarecer os mecanismos pelos quais a exposição do feto à nicotina
produz alterações de longo prazo, um grupo de pesquisadores de Nova York
desenvolveu um estudo em que foram administradas pequenas doses de nicotina a
ratas prenhas, o correspondente a uma mulher grávida fumar um cigarro por dia.
Os resultados foram publicados na edição de 21 de agosto da revista científica
The Journal of Neuroscience.
Os
cérebros dos filhotes foram analisados e constatou-se um aumento do número de
células nervosas em determinadas regiões do cérebro. Estas células são responsáveis
pela produção de substâncias conhecidas como orexigenas (aumentam o apetite).
Estes filhotes, quando adolescentes, apresentam uma alteração de comportamento
caracterizada por um aumento de consumo de substâncias que produzem a sensação
de recompensa.
A
avaliação foi feita pela oferta aos adolescentes de soluções de nicotina, de
álcool e de alimentos ricos em gordura, além da água pura e da ração normal. Os
ratos que foram expostos à nicotina na gravidez da mãe apresentaram um consumo
aumentado dos três componentes (nicotina, álcool e gordura), quando comparados
aos animais em que a mãe não recebeu nicotina. Curioso que não houve aumento de
consumo de água ou ração padrão, indicando que o efeito é especifico sobre
substâncias que produzem sensação de recompensa e levam à adição.
Os
resultados deste estudo demonstram que a exposição pré-natal a baixas doses de
nicotina produz efeitos tardios na prole que levam a comportamentos que podem
levar a adição a drogas e obesidade.
Para as
futuras mães esta é mais uma forte evidência para não fumar (ou se expor à
nicotina com substitutos do cigarro), pois, além de por em risco a sua
gravidez, de comprometer o bebê, poderá estar definindo, talvez de forma
irreversível, o futuro adulto de seu filho.
Fonte: The
Journal of Neuroscience, August 21, 2013
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